Os responsáveis pelo setor da Catequese nas Conferências Episcopais de Portugal, de Espanha e da Itália terminaram, no dia 7, o segundo encontro de partilha de projetos e desafios, de trabalho e caminho conjunto, realizado em Alfragide e Lisboa, desde domingo.
“Estamos num processo de secularização que atinge todos os ambientes e também o sul da Europa. Além disso, ainda há bastante religiosidade, quer nas festas religiosas, até na prática dos sacramentos ligados aos processos de crescimento na fé, que, às vezes, são mais festas religiosas do que são etapas de crescimento na fé, como é a Primeira Comunhão, o Crisma”,
D. António Moiteiro, bispo de Aveiro
O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), dos bispos portugueses, acrescenta que estes problemas “são muito comuns a estes países”, e a sua reflexão está na forma como podem atualizar o Diretório para a Catequese e “pôr em prática nesta realidade”, bem como “uma reflexão sobre o ministério do catequista”. E acrescenta que “ ‘muitas vezes’, a catequese é entendida como “um processo de preparação para sacramentos, festas religiosas”, mas catequese é “crescer na fé” onde as etapas sacramentais se incluem, por isso, mas que “o processo catequético levasse a uma verdadeira iniciação cristã”.
“A iniciação cristã é o caminho do ser cristão e isso é o que queríamos atualizar e o trabalho que temos feito na Comissão Episcopal é nesse sentido, a publicação do ‘Itinerário à vida cristã’ e o ‘ser catequista’, desenvolveu D. António Moiteiro.
Já o responsável do Setor para o Catecumenato da Conferência Episcopal Italiana salienta que hoje as pessoas não são “automaticamente cristãos”.
O presidente da CEECC – Comissão Episcopal da Evangelização, Catequese e Catecumenado –, na Espanha, sublinha por sua vez que os problemas comuns “têm a ver com a urgência de evangelizar”, por muitos fatores que encontram “num contexto de secularização”.
“A catequese ministrada nas paróquias há duas décadas é insuficiente, por isso a urgência dos últimos Papas chamam-nos a pôr em exercício novos métodos, novo ardor, novo entusiasmo na tarefa catequética”, explicou D. José Rico Pavés.
Segundo o especialista, citado pelo portal ‘Educris’, do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) “Só numa vivência eclesial descentrada de si mesma, desperta para acolher e descobrir criativamente novos lugares e formas de evangelização, é que os ministérios pastorais na sua globalidade encontram os critérios adequados de avaliação do seu sentido e da sua indispensável renovação”.
Sobre estes encontros do setor da catequese dos países do sul da Europa, o padre Jourdan Pinheiro destacou a importância de se encontrarem porque percebem “a riqueza comum a todos, cada um tem alguma coisa para partilhar”, não se encontram “para dar aulas mas para aprender a escutar, a rever os caminhos”, as nossas escolhas e fazer escolhas comuns.
Para além dos entrevistados, participam neste II Encontro das Comissões Episcopais da Catequese dos países do sul da Europa, realizada entre 5 e 7 de março, de Portugal, Fernando Moita, diretor do SNEC, e a irmã Maria Arminda Faustino, responsável nacional pela catequese; de Espanha, o padre Francisco Romero Galván, diretor do Secretariado da CEECC, e María Molina, responsável pelo Departamento das publicações.